Tecnologias multimédia com intervenções plásticas.
13 Março 2019

Na sequência da apresentação do evento “O Cante Acusmático de Pias” com videomapping sobre a fachada da Igreja do Salvador, na abertura do Artes à Rua (12 Julho 2018) experimentou-se uma performance com recurso a artes plásticas tradicionais para provir a intervenção multimédia de um cariz orgânico. Resultou numa dinâmica de ação em tempo real, verdadeira intervenção performática que aproxima a multimédia, condicionada no seu universo digital, programático e virtualista do campo do humano, improvisado e emocional.

Na continuação da nossa ação artística achamos essencial transmitir esta prática para que se possa chegar a novas formas na mão de outros, o que nos traz a esta oficina por resposta ao projeto de Cidade Educadora do Artes à Escola, o qual esperamos que seja bastante frutífero.

Neste dia, alguns professores e alunos dos cursos de artes receberam-nos e tivémos a alegria de partilhar conhecimento e experimentar novas formas de expressão.

E.S. Gabriel Pereira (foto do agrupamento)

Equipamentos que usámos no videomapping com mesa de intervenção plástica:

  • Camera DSRL ( Canon 550D – ligação a computador USB)
  • Tripé ou estrutura que permita fixação vertical da câmera sobre amesa
  • Computador com saída extra de monitor (usámos um macbook)
  • Camera Live : Software para streaming de cameras (mac)
  • syphon : Programa para transmissão de imagem live entre aplicações
  • Camtwist : Software para efeitos vídeo em tempo real
  • VPT : software de mapeamento e controlo video (com fundos de imagem, video, syphon)
  • Mesa com área para performance plástica
  • Iluminação de 2 lados, de luz branca (+6,000 k)
  • Projector vídeo (10.000 lumens p evento) (4.500 lm paraensaios) lentes de acordo com a distância de projeção (Throw ratio)
estúdio de ensaios de videomapping para “O Cante Acusmático de Pias”

Ficámos muito satisfeitos com o interesse e imaginação do grupo de alunos que participou na oficina. Na introdução teórica pudemos descrever a nossa missiva de experimentação que se baseia na procura de orgânicas plásticas nas formas tecnológicas e digitais de fazer a arte. Foi descrita com algum pormenor o método que elaborámos e a ‘paraphernalia’ tecnológica com a sua sequência de ligações.
Alguma abordagem teórica em relação à história deste tipo de arte permofática, nomeadamente em relação ao universo local que também tem tido os seus artistas que acompanharam a par movimentos artísticos fora de fronteiras.

Da experimentação resultaram quadros visuais bastante interessantes, utilizando meios tão distintos como do acrílico à tinta de alcool, papel, óleos sobre água, projeção corporal ou sobre um pequeno cenário montado com diferentes volumetrias. As imagens são processadas em tempo real o que permite variações sobre as composições gráficas produzidas. É um trabalho que só funciona no seu pleno se for participativo. Estimula a sincronia entre atuações.

Esperamos repetir a experiência, estão a ser feitos contactos com outras escolas para alargar a outros jovens e professores. Com estes exercícios extra-currículo escolar abrem-se possibilidades de formação recíproca, troca de ideias que levam todos os participantes a aumentar o seu intento criativo, tão necessário para a capacidade de resposta do individuo no mundo dinâmico em que vivemos.

Agradecimentos aos professores Leonor Serpa Branco, Ana Teresa Fialho e Jorge Firmino, também à professora Cristina Maia pelo olhar fotográfico e a todos os alunos que colaboraram, à Susana Russo e à Divisão de Educação da Câmara Municipal de Évora.

Foi um projeto organizado no seguimento do trabalho da OFICINA•DO•ESPIRITO – coletivo de artistas, na minha pessoa e do Feliciano de Mira.