A 3ª Edição da EV.EX – Évora Experimental 2022 apresentou dia 23 de Julho, no Palácio do Barrocal, Fundação Inatel, em Évora, a performance Bilhetes-Postais, uma intervenção pós-minimalista com a duração de 45 minutos, envolvendo poesia verbo-sono-visual, música, canto, vídeo e criação de poemas visuais em tempo real a partir de uma mesa de luz projetados em tela.
Tratou-se de uma criação multimédia na base de improvisações, que procura uma escrita cosmo-visionária e saudades imaginadas em elementos do quotidiano.
O bilhete-postal – bi.lhe.te – pos.tal – é um cartão franquiado, para correspondência escrita, geralmente com uma ilustração num dos lados. A circulação de bilhetes- postais foi autorizada em Portugal, em 1877, os primeiros bilhetes-postais foram postos à venda em 1 de Janeiro de 1878. Praticamente hoje não existem na sua função inicial.
{Os Bilhetes-Postais criam lágrimas, viajo pela geografia da vida, quantos é que enviei e não sei onde foram parar, quantos recebi, mais os que escrevi e não foram enviados.}
Os Bilhetes-Postais são objetos pessoais partilhados, que têm gravadas memórias, uma forma de ir e voltar sem sair do mesmo lugar. Na ontologia desse lugar registo memórias desta passagem e raízes que prevalecem no tempo, um cancioneiro de sonhos.
As linguagens experimentais de criação artística desta proposta utilizam diferentes suportes para uma metáfora da inquietação, alargando desse modo o campo da expressividade poética. Procuramos apresentar o cruzamento das possibilidades comunicativas, a estética remix da colagem e da poesia performativa.
Participaram: Feliciano de Mira – Vitor Rua – Edgar Pêra Elizabeth Warner – Bárbara do Canto Lagido – Helena Espvall